4 de junho de 2011

Terreno Baldio

e eis que de repente tudo mudou para sempre.
(pois sempre ouvi que as grandes mudanças eram mesmo de repente)
nenhum preparatório, nenhumas vaselinas. clic.
a diferença é que dessa vez o o clic era interno, não tinha a ver com o outro, ou com a estória deles.
foi ele que mudou.
ele agora sabia o que queria e, principalmente, o que não queria mais.
e definitivamente ele queria certa coisa completamente diferente.

a sensação de página virada nunca havia sido concreta e agora podia quase enxergar a literalidade da metáfora. talvez ele saísse correndo ou risse, não fosse o fato de deparar não mais com uma nova página em branco do outro lado, mas com o fim do caderno.
fechou a capa dura e emudeceu.

lhe restava então caminhar com calma, tomando cuidado para não esbarrar numa folha seca que porventura lhe cruzasse o caminho. poderia ser um obstáculo e tanto.
era como olhar o querido apartamento construído com apreço e sair. e trancar a porta. e descer as escadas. e olhar para o alto. e avisar sem remorsos ao senhor da construtora: "pode mandar implodir o prédio."

e a poeira lacrimejou os olhos.
e depois da chuva, poeira baixou.
e ele simplesmente observava o terreno, o entulho, a realidade que quebrara fantasias todas.

mochila nas costas, ele era o essencial.
.



depois lembrou que queria ter comemorado com o outro o seu trabalho novo e ao menos ter feito um brinde, depois viu que esqueceu de apresentar uns detalhes da casa que o outro não tinha percebido, depois se deu conta que eles não viajaram juntos nem viveram um décimo do que poderiam ter vivido: um mergulho no mar, uma volta de bicicleta, uma ida ao teatro.

mas esses faziam parte dos sonhos dele. todos dele.
e se eram dele, ninguém jamais, jamais levaria.

9 de dezembro de 2009

Crackstrófico


Coisas estranhas acontecem aqui
Seres outros desembarcam com suas toxinas em praças desta e de várias cidades
Nem Recife nem Rio de Janeiro escapam

Uma overdose de atitudes estranhas mostram que estamos à mercê de nossos próprios medos
Medo de ir
Medo de vir
Medo de existir

Tinha passado recentemente por um susto e achei que já ele bastava
Mas quando cheguei aqui vi gritarem
Coisas estranhas acontecem também aqui

Não que essa droga sustente o corpo sem jamais derreter a cabeça
Não que a loucura e a permisividade não possam tomar conta de nós
Não que a noite possa ser apenas mais uma dentre as mil e uma que temos
Não que nossos cheiros não possam sem exalados por intermédio dessa chuva
Não que possamos ser animais as vezes

Nada substitui o óbvio
Nada intermedeia o sensível
Nada vira outro sem que eu e você viremos primeiro
O estopim pode matar
E o devaneio suicidará a todos aqueles que não terem as mãos e os pés presos em algum lugar

A cidade é viva e continua morrendo
Seremos dominados por vultos humanos geneticamente modificados provenientes da coca.

12 de outubro de 2009

Das Despedidas...

o olhar daqueles que certa vez se encontraramuma
situação da qual se tenta conseguir o melhor possível,
não sem certo ruborizar de bochechas...
palavras, saem aquelas talvez inadequada
se sempre sempre com a sensação de que se poderia ter aproveitado mais
mas calam-se e deixam ao acaso
sobre o futuro nada se fala, o momento é o único como se não
existisse depoi
se nele não se desespera
nem se prepara
tampouco se inventa um momento melhor
é assim: como tiver de ser
e no final são dois futuros
duas vidas seguindo em frente
em duas frentes diferentes....

8 de outubro de 2009

(...)

Mais uma vez a despedida,
e a terrível e conhecida sensação de que faltou um adeus.
A voz do outro lado da linha.
Que ruim é imaginar já não mais voltar a ver o teu sorriso,
dar-te um beijo na testa sentindo teu perfume.
E a certeza de que daqui para frente nada poderá ser igual,
para sempre tua ausência.
A casa vazia, o silêncio da tua falta.
O fim do conforto de saber-te sempre ali.
Ainda que distante, ali.
Observando com toda sua calma o mundo que se transforma
diante de tua porta. Esperando que nos aproximássemos
para receber-nos com um grande sorriso.
Perdemos uma parte de cada um de nós.
Essa parte faz falta, e essa falta dói.
Mas não há nada o que fazer, senão agradecer-te
por todos os generosos ensinamentos que sempre
te orgulhaste em compartilhar. Por tua tranqüilidade,
e pela tranqüilidade de saber-te presente,
pois também tu deixaste uma parte de ti.
E essa parte carrego orgulhoso,
em meu coração e em minhas veias,
que nesse momento se apertam de saudades.
Mas é reconfortante a certeza
de que partiste com toda a serenidade
que sempre tiveste em vida.
Tento compensar a dor de tua ausência
com a idéia de que um dia voltaremos a nos encontrar.
E outra vez ouvirei tuas histórias,
verei o teu sorriso,
e poderei dar-te um beijo,
sentindo o perfume em teus cabelos

16 de setembro de 2009

CRESCER!

Em que momento crescemos? Quando exatamente deixamos de ser crianças e nos transformamos em pessoas chatas e complicadas? Por quê depois de velhos nos afastamos das pessoas que gostamos? Por quê não abraçamos mais? Não consigo me lembrar quando foi que deixei de tratar o outro com carinho.

Uma criança vê no outro um amigo, uma possibilidade de brincadeira. Mesmo que não falem o mesmo idioma são capazes de se entender. Acho que envelhecer é a arte do desentendimento. De fato. É aprender a desconfiar, a ver no outro uma ameaça.

A adolescência é o ponto médio entre esses dois pontos. Sente-se que algo está ficando para trás mas não se sabe ao certo o quê. Algo que já não pode ser recuperado. Acredito que essa coisa é o presente. A época do deixar-se relacionar. E não falo em sentido sexual, mas de amizade mesmo. Com o tempo acabamos aprendendo que nem sempre se podem cumprir as promessas de amizade eterna, pois o pra sempre às vezes dura muito pouco. Aprendemos a lidar com a perda de pessoas queridas, que se vão para longe. Algumas se mudam de cidade, outras de país. Algumas morrem. Avós, tios, tias, amigos... A morte pouco a pouco deixa de ser um personagem de filme de terror para ser o inimigo que está sempre à espreita, ao nosso lado, levando pessoas queridas.

Descobrimos que muitos “até logo” na verdade são “adeus”. Depois de muitos anos distantes, podemos um dia passar ao lado de uma dessas pessoas queridas de tempos atrás e nem sequer reconhecê-las. Isso sem falar nas dores do coração. São tantas lágrimas, tanto vazio, tanto desespero, que pouco a pouco aprendemos a aceitar a impermanência das coisas. E como o fazemos? Sem nos apegar a nada ou ninguém.

Nunca entendi a parte do budismo que fala do desapego. Se não tivesse apego por todas as pessoas que amo (e acredito que o verbo amar não se conjuga no passado) não teria a menor graça viver. Sigo sofrendo a cada dia pelas pessoas que se foram, desde aquele melhor amigo da 2ª série que se mudou pra Goiânia e eu nunca mais vi, à primeira namorada (que se mudou para o exterior) ou às saudades que sinto todos os dias de todos os parentes e amigos que perdi. Uma espécie de síndrome de Diógenes das recordações.

Talvez crescer seja isso, aprender a conviver com a ausência, com a obrigação de aprender a sobreviver só, com o medo cada vez menos imaginário e mais real da morte. Com a desconfiança e o desentendimento, com as paixões e amizades mais racionais e menos viscerais.

Acho que essa é a pior parte. Aprender a conviver com a autoprivação das demonstrações de afeto, mais com o tapinha nas costas e o aperto de mão e menos com o abraço apertado de um bom amigo. É, sem dúvida nós, deveríamos nos abraçar mais...

No Escuro!!!

Shhhhhhhhhhh Eu apaguei a luz
Eu sei que você não está aqui mas no escuro
lugares não existem, coisas não existem....
tudo sai de nossa cabeça, tudo eh bom e bonito...
Ando de olhos fechados e o movimento faz com
que o tempo escorregue
pelo ar que me brisa
esbarra a barra da minha calça
E a distância agora é só uma mecha de cabelo espreguiçada pela minha nuca nua
um sorriso de infância me arrepiando de esperança e eu tenho a
impressão de que você está vendo
você tá de olho aberto? não vale!
Droga, eu falando sem parar você ai saber onde eu estou
mas eu não sei
Vai ficando o nada assim vazio no escuro cantinho quietinho a paz de
ir descascando a existência
E quando a gente se encostar?
Shhhhhhhh Eu apaguei a luz
Eu sei que você não está aqui mas no escuro lugares não existem
coisas não existem....
tudo sai de nossa cabeça, tudo eh bom e bonito...
Até o ar vestir a sua pele e ficar assim me embrulhando
Carinho também em do desconhecido
é a parte do tato que não nos pertence
Então eu não tenho medo
Está escuro mas eu ando
No escuro a boca acorda, aveluda-se enérgica
No escuro eu ando
e meus passos cegos continuam de mansinho e quem sabe se um dia eu
!!!!!&/%$#$$”!!$% ahhhiiiiiii minha canela!

29 de agosto de 2009

FELIZ ANIVERSÁRIO.....

CHARGE: Fernando Gonçalves : http://chargges.zip.net/
Hoje, o Rei faria 51 anos...
Michael estaria comemorando esta data com uma serie de shows na Inglaterra...
É triste saber que nada se concretizou.... é triste demais olhar pra tras e ver o grande artista do milênio ter ido assim tão rapidamente.....
Em comemoração ao seu aniversario... postarei aqui uma materia escrita por mim para o Jornal Acontece de Três Lagoas/MS em Julho agora.... :


Michael Jackson: Sai da Vida, e entra na HISTÒRIA....

Falar sobre o mestre do universo da música pop é sempre relevante. Embora [quase] tudo já tenha sido dito, há sempre uma curiosidade a mais em torno do ícone Michael Jackson. Prestes a comemorar 51 anos em agosto próximo, o rei do Pop é sinônimo de uma espécie de artista à beira da extinção.
Ele foi responsável por dar seqüência, nos anos 80, a um trabalho que Elvis, Beatles e David Bowie se ocuparam em difundir nas décadas anteriores. Tentando voltar ao TOPO, Michael vinha ensaiando uma série marcada de 50 shows na Inglaterra, shows que infelizmente nunca acontecerão. Com altos e baixos no caminho, Michael deixa um legado impossível de apagar e a cultura pop, orfã de novos ídolos.
Michael Jackson estava condenado desde o início. A veia artística estava lá, mas o menino de 8 anos não tinha noção do que se tornaria quase 20 anos depois. Foi vítima do autoritário pai, Joseph, que o inseriu no Jackson 5. As apresentações do cantor à frente dos irmãos - Jackie, Tito, Jermaine e Marlon -, encantavam o público pela presença e carisma.
Na época, Diana Ross, Marvin Gaye e Stevie Wonder, todos da gravadora Motown, dominavam as paradas de sucesso embalados pelo soul. No final da década, o grupo ficou pequeno para o sucesso de Michael. Em 1979, produzido por Quincy Jones, o cantor daria o salto definitivo para a carreira solo. Michael agora vivia a era da disco e, sem cerimônia, emplacou hits como Don't Stop Till You Get Enough e Rock With You, no disco Off The Wall, que vendeu mais de 25 milhões de copias.
Entre a decadência da disco e o começo da new wave, o álbum Thriller, de Michael Jackson, trouxe a sonoridade que marcaria a década de 80, influenciando as gerações seguintes. A levada pop construída por Jackson e Quincy Jones, sem abandonar as raízes da black music, transformaria-se numa fábrica de hits, montanha de prêmios e milhões de cópias vendidas. As 109 milhões de cópias que Michael Jackson vendeu no mundo todo, às custas de Billie Jean, Human Nature, Wanna Be Startin Something, Beat It, The Girl is Mine - esta em parceria com o ex-beatle Paul McCartney, e a faixa-título, estão impregnadas no inconsciente coletivo.
O moonwalking tornou-se tão kitsh quanto uma lata de sopa Campbell assinada por Andy Wahrol. Nunca um cantor negro havia alcançado este patamar. Será que Michael precisaria de uma nova identidade para seguir adiante? Os anos seguintes comprovaram que sim.
Embora tenha gravado menos álbuns que antigas lendas, Michael foi responsável pelo hino We Are The World, com a participação de mais de 20 artistas, entre eles Tina Turner e Lionel Ritchie, em combate à fome na África, em 1985. Depois de alcançar o primeiro lugar em varias paradas de sucessos, e arrecadar mais de U$$ 45 milhões, o hino foi imortalizado. Logo em seguinda, precisamente em 1987, o disco Bad fez muito sucesso e colocou seis músicas no topo das paradas, trouxe um Michael mais branco, com um ar mais rebelde, alem de influenciar com sua moda, mas não repetiu o êxito de Thriller nas vendas, vendendo cerca de 35 milhões de cópias em todo o mundo. A obra-prima pop, lançada cinco anos antes, por incrível que pareça, ainda permanecia entre os 200 discos mais vendidos da Billboard. Para entrar na década de 90, Michael retornou às paradas com seu disco mais experimental, Dangerous, lançado em Dezembro de 1991, foi do álbum, que saiu talvez um dos seus maiores sucessos de criticas e um das musicas mais conhecidas de seus fãs, ‘Black or White’, que alcançou topo em diversos países, ficando na parada americana, 7 semanas seguindas. O álbum mais uma vez não repetiu as vendagens de Thriller, mas conseguiu chegar a mais de 38 milhões de cópias vendidas, começando a década com o pé direito.
Na cerimônia do Oscar, em 1991, Madonna convidou Michael para acompanhá-la. Vestida como Marilyn Monroe, ela cantou Sooner or Later coberta por diamantes avaliados em 21 milhões de dólares, revivendo a Material Girl do começo da carreira. Michael havia convidado Madonna para participar da faixa In The Closet, do disco Dangerous. O poderoso dueto acabou não acontecendo. O clipe da faixa acabou tendo a participação de Naomi Campbell. Ela queria que Jackson se vestisse de mulher no vídeo, o que deixou o cantor desconfortável.
Em 1993, teria sua carreira arranhada pela sexualidade. Michael foi processado por conta de uma acusação de assédio sexual, envolvendo um dos meninos que freqüentavam sua casa, o rancho Neverland. O escândalo manchou a reputação do artista, agora branco e cada vez mais controvertido e fez com que ele pagasse alguns milhões para a família do garoto. Jackson, acabou prosseguindo com a turnê do disco Dangerous, que vinha batendo recordes de publico e arrecadação, por onde pela primeira vez, passaria pelo Brasil para realizar um show Solo. Apenas agora, depois de sua morte, o menino revelou a jornais do mundo inteiro, que tudo não passou de uma mentira meticulosamente armada para arrancar dinheiro de seu ídolo.
Michael Jackson lançou em 1995, HIStory, álbum duplo que trazia um CD de inéditas e outro com seus grandes sucessos. O astro estava casado com Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley, desde 1994. Michael detinha total controle sobre a obra dos Beatles, que adquiriu por uma bagatela, e do próprio Elvis. Gravou um dueto com a irmã Janet [Scream] e emplacou sua última música número 1 na parada americana da Billboard, a açucarada You Are Not Alone. No clipe, um Michael branquelo, de cabelos lisos, troca carícias com a então esposa, Lisa Marie. O disco vendeu bem menos que os anteriores, mas por ser um disco duplo com um preço salgado, pode-se considerar um sucesso estrondoso com suas 20 milhões de cópias. Em 1997, ele lançou um disco de Remixes, intitulado “Blood On The Dance Floor”, que trouxe o seu ultimo nº 1 da parada britânica, com a faixa titulo.
Michael só lançaria um novo álbum em 2001, o fracasso Invincible, que mesmo com as 15 milhões de cópias vendidas, passa longe de todos os outros lançamento do artista. Após este disco, Michael se fechou, de 2001 até sua morte, somente coletânias foram lançadas, um novo caso de pedofilia veio a tona, e desta vez ele resolveu enfrentar um julgamento, sendo inocentado de 10 acusações em 2005. Em fevereiro de 2009, Michael assinou contrato com a empresa AEG Live, se comprometendo a realizar 50 shows na O2 Arena, em Londres. Mas sua morte prematura calou a musica, entristeceu os fãs, e apagou o Mito. Vieram as Spice Girls, Britney Spears, Justin Timberlake entre muitos outros. Todos em busca de um lugar ao sol na música pop. Mesmo com Amy Winehouse, a verdade é que, por falta de uma identificação, criatividade ou carisma, "o nosso ídolo ainda é o mesmo, e as aparências não enganam, não". Michael Jackson morreu, e permanece ídolo. Tem mais alguém?

23 de agosto de 2009

Sobre ARREPENDER-SE

Como ouço "Eu não me arrependo de nada!"...
Andei pensando: como não? Eu me arrependo O TEMPO TODO!Me arrependo de não falar; de às vezes falar demais; de não fazer; de fazer exatamente o contrário do que deveria; de clicar no "enviar" (putz, o enviar! Deveria ter um "você tem certeza?" posteriormente!); me arrependo de confiar demais; de ter demorado tanto pra confiar em outros; de comer um chocolate de marca ruim; de ter pego um ônibus ao invés de ir de bicicleta; de pegar uma rua que está um trânsito danado enquanto a outra pudesse estar vazia; de me entregar demais, de me entregar de menos; de ter dormido ao invés de ir em uma festinha na casa de um amigo, onde parecia importante minha presença; de dormir tarde e não conseguir levantar no dia seguinte; de dormir cedo e mesmo assim ficar um caco o dia seguinte; de ter traído uma vez; ou machucado alguém; de não ter me preparado melhor pro teste; de ter me preparado demais e não ter deixado a coisa fluir, de nao ter beijado na hora certa, de ter beijado na hora errada... ufa!
Ou eu sou muito paranóico ou as pessoas andam falando muito sem pensar!Porque com uma coisa eu concordo: se eu pudesse voltar atrás, até faria de novo, pois precisei daquele dia pra NUNCA MAIS repetir. Mas isso não significa que não tenha me arrependido! Mas será que é então assim, carregamos essa nossa verdade tão dura e pomposa que o outro não tem nem sequer o direito de ouvir "desculpa"? Sim, porque pelo que me parece, pedir desculpas é uma consequência do arrependimento...
E por falar em "falar sem pensar", como nós falamos sem pensar! Existem umas expressões tão repetidas (como as repetidas "frases feitas") que parecem que saem de nossa boca sem passar por um processo de aceitação daquela verdade.
Essas entrevistas rápidas (tipo "jogo rápido") são mestras nisso. Tá certo que o entrevistado quer ser visto como um cara maneiro, boa pessoa... mas você acha mesmo que o momento mais feliz da vida dele é "aqui e agora"? Ele realmente está mais feliz respondendo um questionário do que esteve quando comprou seu carro? Ou conheceu sua mulher? Ou quando conseguiu o trabalho que agora o faz requisitado? Duvido.
Ah! E sobre "é melhor se arrepender de ter feito do que de não ter feito"... ainda não estou tão certo disso. Afinal, o que foi feito, não tem volta. E o que não foi, ainda pode ser feito, porque não? Pois (terminando com uma FRASE FEITA) oportunidade é a gente que faz, não?
Até a próxima.

19 de agosto de 2009

Ar e Vento!!!!


Preciso conseguir acalmar minha pulsação. Encontro-me longe de mim sem a menor pretensão de ter um destino. Só preciso me deslocar, sair do lugar. Meu corpo não me obedece quando minha cabeça está longe. Escrever para mim não é como uma arte, é como respirar. No instante que me vivifico em palavras solto de mim todas as angústias que me fez deslocar-me propositalmente para dentro do infinito. De um infinito finito, em mim. Preciso conseguir controlar minha ansiedade. Não é fácil domar pensamentos, é uma sensação de êxtase constante. Não tem como meus pensamentos duvidarem, do que está saindo por meus poros. Mãos trêmulas neste instante e uma imagem visual perfeita mesmo com os olhos fechados me fazem levantar os pés do chão. Tão imediato e apenas um contato. Apenas um contato.


Também não consigo mais montar meu mosaico, está tudo disperso e vivo. Torna-se instintivo tentar achar o realismo disso tudo que corre em mim. Só quando durmo consigo realizar-me. Tentei achar a realidade muitos dias e a encontrei seca e árida. Parece que é justamente quando me proponho a realizar-me, que meus pensamentos se desconectam de mim. Me assusta o caos completo. Sinto que minha respiração continua ofegante. Que tem um grande balão inflável dentro de mim, como os peixes que respiram pela boca, mas não tenho traquéias, só me inflamo de ar. Longe de mim.


Abomino a paixão, pois ela me consome. Não sei controlar. Levo-me em tambores pelo som que traz o vento, me desconcentro, fico impulsivo, danço, saio com roupa do lado contrário pela rua, me vejo em coisas, fumo e bebo demais. É uma questão de força, de domínio, de fuga como correr e tomar banho de chuva. Fico arrebatado. Penso ser a paixão a causa de minha imensidão e enclausulamento. Não temo sentir. Quando sinto, sinto forte. Escrever é poder tirar isso de mim. É poder gritar em palavras que ecoam pro universo. É um prazer ter saudade, acordar suado, de tanta intensidade.


A primavera esta chegando, tem flores vindo, tem cheiro de transformação. Me orgulho de sentir quando algo está entrando em mim e saber que isso vai me transformar. Me orgulho de sentir dor exacerbada, isso gera vida. O processo dói. É até onde posso me esticar sem ter que explicar em palavras coerentes como consigo respirar sem traquéias. Não consigo me esforçar para escrever, tenho que fazer isso. E o sangue agradece, se não apodrece e fica aqui, neste corpo, coagulado.


Ainda tenho coisas a dizer, para que ninguém me ouça. Para que tudo continue girando. Para que meu coração se fortaleça e deseje mais o que tiver que desejar. Se minha inspiração não vem de ninguém também não vai para ninguém, não estou inspirado em função de nada, não é para ter direção. O sentir é um ciclo, é uma bolha que infla e que desinfla. Somos como aves e peixes, podemos respirar pra dentro e voar pra fora. Somos únicos e flagelados pela paixão. Homens e Mulheres podem sentir as fortes batidas juntos ou separados, como disse, não tem direção. É circular. É maravilhoso que as coisas não dependam de mim.


Escrevo porque é intrínseco a mim.Tenho sonhos como qualquer bicho, mas se eles não acontecem, busco me libertar e ser maior. O instinto é surreal e vivo. Agora, neste instante, entro em contato com uma nova sensação que vem atrás do pensamento que faz com que a realidade não seja descrita, ela não existe agora. Ela viaja enquanto eu fico e quando eu vou é porque ela me leva. Isso que escrevo agora, não tem começo, é mesmo continuação do que já fui e do que não serei.


Estou cansado de me defender, consegui atingir o meu âmago, não preciso me esconder de nada, se alguma coisa tem que ser cruel comigo, que venha de mim. A maior sensação de alívio é quando dói e sabe-se que a dor é justa. O processo é cíclico.E como não me entregar a esse instante? Eu me entrego à palavra que chega me levando. Toda vontade vira dádiva e me permito, porque tem coisas que vão continuar comigo, meus pensamentos duvidosos e altruístas, nem tudo vou colocar em palavras, minha existência se faz de minha experiência, mesmo que eu não seja senhor de mim.O que faço agora é tentar misturar palavras para que o tempo se faça. O que eu digo deve ser lido rapidamente, como o que se olha e não se fixa. Nada está fixado em mim.

Sobre Se Movimentar - Ou Não!

"Não há porque chorar por um amor que já morreu".
É, rapaz. Concordo mais uma vez contigo. Você muda a versão e eu continuo concordando.
Tem coisas que o próprio tempo faz a força de resolver para que ninguém se machuque. Laços se desfazem, amores se despedem, páginas viram com o passar do vento.Certo que às vezes é necessário rodar a manivela e isso requer esforço, certo que o motor precisa de ajuda para sair da inércia. Sim. Mas como nossas ações são sempre o resultado da briga entre a massa cinzenta e o miocárdio e nessa guerra nunca saberemos quem é o mais digno de respeito, o tempo é o mais sábio. Com o tempo, os maiores vendavais assentam poeira. E aí fica possível enxergar claramente. Respostas são dadas (ou a falta delas, o que é uma resposta) com o tempo. E quem sente, entende. Assim como quem pensa. Então coração e mente fazem as pazes e se pode caminhar tranquilo rumo ao desconhecido. Porque de relação só se aprende tentando. Uma vez a gente se descabela, numa outra fica em paz, de uma próxima gargalha do destino ou ainda fica querendo desaparecer... cada caso, um caso. Nem a gente mesmo pode se dizer que é o mesmo numa próxima vez.Então você me diz que é hora de deixar tudo como está e eu entendo.Então o sol resove aparecer na minha casa escura e eu aceito.
Vida nova.
Ventos novos.
Cabeça equilibrada no pescoço sem tombar. Peito cheio de fé em dias melhores.
Porque, além de minha avó que tinha propriedade de causa para tal, nunca vi ninguém que tenha morrido de amor.

14 de agosto de 2009

Sobre Mostardas, Vinhos e Canetas!

Há quem goste das coisas (quaisquer coisas) em quantidade. E há aqueles que optam pela qualidade.Vejamos.Se for medir por canetas, prefiro quarenta e nove bics coloridas a uma mont blanc lacrada em sua caixa de veludo. Sem pensar duas vezes. Mas não me venha com qualquer tinta amarela tentando me convencer de que aquilo é mostarda. Não. Isso não.
Percebi que são alegrias completamente diferentes e que provocam satisfações em lugares totalmente distintos.A quantidade traz uma euforia infantil, delícia. Algo como enfiar a mão no saco de 1kg de M&M's. Criança correndo em loja de brinquedos, ou um sebo de onde não se sabe por onde começar e quais títulos levar. Quantidade parece mágica, impossível, inalcançável.Já a qualidade oferece a realização plena, me lembra meu avô sentado em sua cadeira de couro, lendo. Ou o sabor em pequenos goles que satisfazem mais pela peculiaridade do gosto do que pelas goladas da sede.
A qualidade cala a culpa do gasto em tempo de crise. Um gole daquele vinho nos faz fechar os olhos e esquecer o preço. Talvez por isso minha mãe viva repetindo: o barato sai caro.E até mesmo esquecendo itens materiais: quem ganha a discussão de que mais vale um passarinho na mão do que dois voando? Mil passarinhos provocam um vôo ímpar, bonito de ver que só. E o que dizer do animal que te reconhece como dono e vem te dar boa noite ao chegar em casa?Sobre esse muro alto divisor de alegrias, vou caminhando lentamente, ora pulado de um lado, ora paquerando o outro.Será querer muito, grande quantidade de alta qualidade?
Existe isso?

13 de agosto de 2009

Chão em Falso !

Ando deslizando, ouvindo passos...
Incerteza dos abraços que juraram me acalmar....
Agora olho em direção ao meu futuro
que eu guardava tão seguro
Mas não te encontro por lá

Sigo pressentindo, abrindo vozes
Sorridente sob as luzes que me tentam ofuscar
Agora paro o coração no meu futuro:cinza, lama, obscuro
Já não te encontro por lá

Logo eu, com o coração parado
Eu, que achava tudo lindo
Eu, que ouvia o amor calar
Logo eu, que tinha vida em sobra
que distribuia flores,
virei pedra no olhar

Roubo da criança algum sorriso
Improviso um beijo-laço
Sonho entrar numa canção
Subo cachoeiras, monumentos
sou tormento, movimento
sou total contradição

Vivo tropeçando, chão em falso
Cada passo almeja o verso que você me prometeu
Embora preste atenção no meu presente,
sigo ausente, estou pendentevou em sua direção
Sempre insistindo, pacienteno presente ou no que havia n'algum dia, algum lugar
Tento olhar em frente, avisto um muro.
Te recrio no futuro
Eu te recoloco lá.

Amor?.... sim.... Eu Amo...

12 de agosto de 2009

MEMÓRIA !

A música me diz que "o esforço pra lembrar é vontade de esquecer" e ainda assim me seguro na memória de todos os nossos antigos sorrisos e consigo sentir (sem fabricar) algum calafrio ao saber da tua aproximação.... Você que já ocupou tantos lugares nas minhas estórias, na maioria das vezes lugares imaginados, é verdade, mas as poucas reais eram tão lindas e tão certas que tudo indicava, tudo fazia muito sentido; era o cara perfeito; o meu cara; e certa vez passei semanas matutando em por que "o meu cara" era exatamente o que não estava aqui... eu me consolava com as teorias de liberdade que inventava, de que a felicidade era o mais importante e acredito ainda que ela é, mas por quê tem que ser uma liberdade tão individual?
Essa fuga de um lugar fechado e cercado é tão minha quanto tua então na teoria era perfeito, dava pra conciliar, a gente concordava ali... mas as individualidades não conversam... elas não compartilham... simplesmente desejam e vão em busca de satisfazer vontades... e a minha me levava pra arte e a tua te levava pro mundo e as nossas nunca existiram... por conta disso ficamos a meio globo de distância, ou a meio país, ou a meio toque de telefone...
Mas o que faz as distâncias diminuirem é o impulso e o que cria impulso é a coragem e a única capaz de inventar coragem é a paixão... então lembro de beijos e violão e amasso no carro e pizzas e lembro que paixão havia muita... então penso que esforço de memória é vontade de voltar e não de esquecer de vez, mas não há memória que reacenda paixão suficiente pra criar coragem e desencadear impulso pra discar telefone e diminuir a distância.... então páro, seriamente... e quando me lembro já estou longe em fantasias e sorrisos que misturam realidade, vontade e estórias antigas uma vez inventadas, então me sinto muito bobo e quase criança que inventa histórias em quadrinhos e colore as figuras pra ficar mais real... então penso que você talvez pudesse rir dessa coisa toda ou talvez fosse ficar muito sério e se distanciar por um bom tempo.... então desligo o imaginário e vou trocar o disco pra tentar lembrar de alguma outra coisa... e nossa estória imaginada volta pro lugar onde ela sempre morou sozinha e eu pouco te contei e mesmo pouco acessei... e quando abro a caixa pra guardá-la, noto que a cada visita a fantasia faz o favor de gestar mais uma e acabou de crescer um bocadinho... aí eu sorrio e começo a cantar...
Para você mesmo este texto... TE AMO!

5 de agosto de 2009

DES-BOTOX-SE


A cidade e seu vácuo constante. No vazio dos carros, das horas, das pessoas, dos momentos. No vazio das circunstâncias, da solidão, da expectativa, no vazio da criação. No vazio. Se as coisas dessem errado o tempo todo, desacreditaria do amor, da arte e da potência dos fatos.
Se fosse mais fácil, desacreditaria. Só que nisso, teria uma pequena dose de conseqüência destrutiva, que descanalizaria o poder da sedução dos fatos. Se constantes, abundantes, seriam frágeis, se fossem vazios e instantâneos, seriam histéricos. Não acredito na hipótese de que o dinheiro mova a maior parcela dos sentimentos, mesmo. Nem acredito que não possamos fazer qualquer coisa... De música a pala italiana, não vivemos por osmose. E por não viver assim, escolhi não aderir a tudo aquilo que a TV mostra e vende, e que a publicidade te convence que é bom.
Sem risos falseados e esticados e ares de total plenitude mascaradas, sinto a fragilidade que somos e como não podemos prever o percurso das nuvens...grandes contribuidoras para esse instante.
Tudo muda! Inclusive creio que qualquer um é capaz de transformar o que aflige...de burlar o difícil, de manipular as possibilidades do impossível e de seguir. Desde o derretimento das calotas polares, a poluição exagerada, o consumismo da vida, e também o da água até o intenso desmatamento da Amazônia.
Somos Rés-humanos com todos os pormenores e intensamente mortais. Portanto, não seria burrice deixar passar as nuvens, velhas intrusas, esquecer do sol, ter vivo só 30% do nosso corpo, ter muitos filhos e netos, não ver mais a chuva, sentir calor pracaralho, pra vegetar pelos centros de estética corporais, injetando no corpo composições fascinantes, milagrosas, porém artificiais.



DES-BOTOX-SE!


de um vez por todos!




Texto livremente dedicado as donzelas deste século que abstraem o poder de sedução da compra e da propaganda para amarem a vida e o próximo como eles são e como eles deveriam ser.

O Homem e o Sofá


Creio estar certo de que uma coisa é simples. Há pessoas que estão numa eterna busca de seu bem-estar, ora reconstruindo, ora desconstruindo. Mas o que é intrigante é que tais acabam fugindo do tal lugar comum, que generaliza tanta gente. Buscam alguma coisa, seja lá o que isso possa ser, e o fato é: Podem ir muito mais além do que se imaginou, no fluxo das possibilidades, com uma pequena dose de coragem e nenhuma apatia.


Estes dias lendo um texto sobre a psicologia popular, vi que nossos horizontes podem num momento parecer mais claro, já num outro, podem nem se querer aparecer. O que me resta, de todos os conceitos é retirar o preconceito e instigar.
Me instigar na vontade, a delícia de se ter ponto de vista. Questão de objetiva. Foi através de mais um texto tão conflitante quanto os outros que a mera psicologia trata que li uma frase relacionada com as questões do real e do ficcional, da qual me fez querer levantar vôo, mudar de ar... Era tal: “(...) É através da ficção que conseguimos ampliar nossos horizontes (...)”. Claro, que a frase dentro de um contexto falava mais que isso, mas já aí mesmo parei de ler o texto e comecei meu vôo. Já sabia que era o momento de ir.

... Aumentar minhas possibilidades ou apenas ver com olhos cegos a realidade? A trinca perfeita, ou quase perfeita: a realidade, a ficção e a cor. Desbotadas, descompassadas, distorcidas, camufladas. Não entram mais em sincronia com a composição da cidade. A idéia de tempo se tornou tão conveniente que ninguém acha mais graça em colorir, é mais rápido e prático olhar as coisas e a vida de forma a não enxergar o detalhe, não ver sentimento através da vida que normalmente é expressa pelas cores. Alias, acho que só nas cidadezinhas do interior do nordeste ou interior de outros interiores, o homem consegue sobreviver ao caos de ver e não enxergar.


Vejo cores nas unhas de pessoas alheias, na intensidade dos sons, nas atitudes dos seres, nos bosques, no outono, nos sinais de trânsito, na lua. Porque percebo, sinto de forma Lispector. Por ora, ouço mais e falo menos. Por outra, apenas respiro e navego. E como não me intrigar com o predomínio da cor, para além daquilo que não se consome. Ir além da intenção, praquilo que tira meu sossego e que é traduzido pictoricamente através de sonhos.Sonhos desejos, outrora Picassos.


Apenas um detalhe em meio à rapidez do trânsito e o caos da cidade. Vi um homem e o sofá; não sei se ela dele, como ele o adquiriu, não sei se era velho, emborrachado. Abrigava um homem. O sofá vermelho e o homem, apenas um homem. Qualquer ou não, não passava de um homem. Ver cor onde não há expressão. Ter expressão onde não há vida. Situações mínimas, cotidianas que nos reviram por dentro. Que me faz querer falar, dançar, ouvir música, olhar mais e ver menos. Viver. Tirar o branco das janelas fechadas, das pessoas que passam e cheiram a nada, praquelas que não se falam fazer um sinal de adeus. Preto na diferença e branco na falta do preto. E o vermelho que em mim ficou colorido... No homem que sou em preto e branco. Depois de muito viajar na imagem q apreciei por tanto tempo, passei na velocidade da luz e nem aquele homem nem o sofá estavam mais lá. Loucura né?? normal... sempre complico, o que já é complicado... hehe

29 de julho de 2009

SINESTESIA...

Hoje percebi que o homem nada mais é do que um conjunto de crenças. Outrora crenças estabelecidas nos valores morais e hoje talvez crenças baseadas na mais precária passividade que se vai embora tão rápido quanto os meus dias, tudo pela praticidade que o nosso grande inimigo berrante nos impõe. Que Oxalá me proteja que eu nem quero dizer o nome do santo, se não perco tudo e viro mais um na rua da amargura. Não sei se é verdade mais diz à lenda, que quanto mais o capitalismo não avança ele se vinga nos pobres. Bizarro!

Cá estou eu novamente frente ao meu computador, a meia luz e agora ouvindo Franqueza de Maysa, e deixando a música me reportar pra dentro de mim, com o intuito de descobrir algo novo, algo que me faça acordar amanhã e tentar descobrir o que em mim mudou. Ainda não é madrugada, mas a idéia de descanso não me excita. Tenho vontade de me universalizar pela palavra, de compor frases em meio à vontade de ser fazer intensamente completa, de ser acima de tudo. E um dia é mesmo muito longo. E ainda tem gente que não consegue fazer tudo em 24 horas...Será que elas conseguem então viver? É interessante como o tempo não interfere em nós. Como ele faz-se despercebido.


Meu fim de semana foi perfeito, talvez tenha sido maravilhoso, um sabado na cia das pessoas que hoje são mais especiais que qualquer coisa. Um domingo onde bebi de verdade, bebi como nao bebia a muito tempo, ri demais, brinquei, fiz palhaçadas, mas fui FELIZ, foi FANTÁSTICO, foi UNICO... que ASKOV poderosa....

Foi quando essa palavra não saiu da minha cabeça... Sinestesia. Pela carne, pelo ouvido, pelo gesto, pelo ritmo... Sinestesia pelo olhar. Possibilidade de sentir além dos poros, viver às 24 horas sem medo, sem arrogância, sem pretensão. Apenas viver. Tudo bem que um sistema vagabundo não possa vir e tirar a paz dos humildes, mas não dá para achar que a gente tem poder sobre tudo. Tempo corrido ou tempo chuvoso. É também por isso que eu gosto da língua portuguesa. Porque uma pessoa como eu, quando é danada para desencadear pensamentos, parece jogo de dominó e a cadeia só aumenta.

Não vim ao mundo para julgar. Só para perpetuar, assim como os minutos, a chuva e a vontade me faz maior. Não importa se faz chuva ou se faz sol, ainda bem que existe os dois se não o homem iria entrar em colapso. Do jeito que somos esquizofrênicos e duais, arrancaríamos pela cabeça as calças porque aí reclamariam as moças belas e divertidas, porém também patéticas que uma andorinha só não faz verão. Perálá né! Só sei que curto meu tempo, sinto cada paladar, cada dor, cada sofrer, como único. Não tem igual, e ainda dá para sentir simultaneamente várias dores, vários tempos. E me parece que quanto mais dou tempo ao tempo, ele se volta generosamente a mim. É que ninguém sabe o segredo, ele é manso.
É só dar carinho... Já tentou?

Eu sei que a maravilha está além de sentir, de poder sentir várias vezes, umas só, duas ou nenhuma, mas sentir. Sentir junto ou sozinho. Perceber o tempo, as nuvens passarem, os risos irem, os flertes acontecerem, as folhas se balançarem. Perceber os calçados das pessoas, se elas dizem bom dia ou se aparecem na rua ainda como eu quando acordo, com aquela cara amassada de sono. O moço que trabalha para melhorar meu dia, a moça que vende para viver. O garoto que solta pipa porque independente de estar chovendo ou não, ele está de férias. Até porque como os valores mudaram mesmo, ele faz uma pipa de plástico.

É fácil se adaptar ao movimento, ao ciclo de rotação e também ao de translação. O que é difícil é estabelecer contato, abrir a janela e olhar. Muito mais é difícil mudar. Mas ainda tem pessoas que não sentem, só gritam e geme. Ora de dor, ora de calor. Mas não se cansam. Tenho sentido. Dentro dos poros, perto do limite. Está aflorado e parece que sinto também por quem não sente. Por quem não quer sentir.
Quanto mais eu sinto, eu quero viver e quanto mais eu vivo eu quero crer. Minha crença não está baseada em contratempos, muito menos naquilo que não sinto. Seja material ou surreal, mesmo se não vejo, se sinto, ali tem um pouco de mim e provavelmente parte de um todo que ora se mostra irreconhecível pela possibilidade de voltar e ser outro. Lágrima.

Por isso eu choro, por isso eu rio, por isso eu vivo intensamente cada hora, cada minuto, cada segundo da minha vida... Por isso me dou o prazer de beber de vez em quando, de ficar louco, de fazer palhaçada. Simplesmente, por que eu VIVO....



PARABENS LUANA PELO SEU ANIVERSARIO... E OBRIGADO... POR ME PROPORCIONAR ESTE DIA TAO MARAVILHOSO!!!







22 de julho de 2009

Momento FODA-SE....

Universo translucidos cheios de coisas lindas chamadas aberrações, que se desfarçam em horriveis fantasias, das coisas mais loucas para não mostrar sua graça para outros com lindas fantasias para esconder as coisas mais podres.
Viver atrás de uma maria fumaça que dita onde e os limites que se deve chegar é uma forma inconseguênte, pos no nunca pensa nem como você gostaria de sentar no sanitário esfregar o belo papel com desenhos de borboletas no seu orificio desembocador de fezes. Tem que ser do mesmo jeito que fazem, se não for: és louco.
Viva um pouco a verdadeira inconseguência com ênfase no foda-se.Em vez de oferecer uma taça de chandon a luz de velas, chame para dar uma foda bebendo refrigereco Tobi. Merculhe um dia nu ao meio de um lual com a mulher(homem) que você nunca saberá se será da sua vida, mas foda-se se vai ser ou não, é a mulher(homem) que está no momento com você. Tenha cara de quarenta anos e cuspa uma bolinha de papel na careca do garçon que está servindo a mesa vizinha. Toque castanhola quando escutar um ritmo parecido com español no meio do bar, não para ficarem rindo de você, mas para que tenham inveja da felicidade que possui e ele não possui por status(essa foi muito boa HAUHUAHAU).

Tenha seu momento foda-se e seja feliz

A Teoria do Mau Humor!


Originário de algum lugar do cu do cérebro, o estado de espírito grosseiro, rude, cruel, e altamente venenoso, chama-se mau humor. Azar dos que são felizes, esse vírus emblemático é, muitas vezes, proveniente de uma falta de sexo absurda, como uma seca no deserto. Esses hormônios histéricos repudiam toda e qualquer felicidade alheia, pelo puro prazer de disseminar o mal. A infelicidade que as pessoas acometidas pelo mau humor carregam é pesada demais para não deixar rastros. Essas criaturas estão em todo o lugar. Vigiando a sua felicidade, torcendo contra o seu sucesso, explodindo sem razão. E, principalmente, sugando o seu bom humor. Logo o seu. Vai se fuder, mau humor do caralho!

21 de julho de 2009

Aqui Estou novamente.... Com palavras ao Vento!!

EU TINHA CENSURADO ESTE TEXTO.....
ACONTECIMENTOS RECENTES ME FIZERAM COLOCA-LO NOVAMENTE....
SE ALGUEM SE OFENDEU... É PORQUE MERECEU...


Estou com minha calça batendo em meu calcanhar, completamente depravado. empunhetando, com minhas mãos plenas de calos- Mas calos sem orgasmos. Do que vale uma punhetada não orgasmica? Do que vale um orgasmo sem uma punhetada?Já não tenho murmúrios devinizadores e nem gritos de horrores, mas meus ouvidos já não está como antes, que insistia em ouvir aquelas conversas de merda. Que saco essas conversinhas e fofoquinhas, que bom esse estrondo que quer dizer porra nenhuma.Como já viram, estou aqui para digitar em vão. Forma fútil e ignorante para falar que estou pouco me fudendo.Recebo scraps falando que ouviram isto de mim, que ouviram aquilo de mim, que odeiam fofocas, que odeiam 'duas caras' e querem mudar o mundo, esse mesmo mundo escroto e deprimente que vivemos, mas o meu está feliz... está gozando! Fico indignado com isso tudo? Fico. Mas foi mais uma fofoca dita por mais um filho da puta que no dia seguinte estará deslumbrando sua grande história e quem foi vitimado estará usando sua história para tentar ser mais um político ou mais um pobre coitado perante os amigos e quando mandar seu scrap escrito que foi vitima, não será para tentar mudar, e sim, mais um indignado por ser um egocentrico querendo misturar um pouco de coitadismo e parecer um tanto inteligente em sua artificialidade para provocar o rumor esperado.Estou cansado de coitados, estou cansado de culpados, estou cansado dessa merda de fofocaiada e estou cansado desses seres que ovni´s insistem em deixar aqui. Que levem o cristo de braços aberto desta avenida de merda junto com eles para pqp, pq de palhaçada já estou cheio.

Me passe o cigarro ai, pq estou com raiva!

Humificados!!!

Não entendo quando falamos em modificação do mundo ou do humano.Nós já fomos modificados, pois nascemos perfeitos e o mundo também, sendo que apartir dessa modificação em busca de sermos "sociais" é que acabamos tornando-nos imperfeitos, pois aprendemos o chamado progresso; O que seria um progresso?
Progresso= Movimento ou "marcha" para frente; "desenvolvimento"; aumento; "adiantamento" em sentido "favorável".
O progresso se torna uma ambição, uma aspiração imoderada, procuramos o progresso, mas esquecemos do progresso moral, humanitário e etc.. e pensamos no progresso de uma forma monetária apenas, assim nos tornando monetáriamente progressivos e moralmente e humanitáriamente regressivos, trocamos completamente nossos principios de humanização tornando-nos não humanos, mas sim em humo. E quando nós chegamos a esse ponto do que falamos ser evolução, queremos regredir, pois passamos a entender que progredimos em uma de nossas metas, mas regredimos em todas as outras e esquecemos das principais virando também pessoas vazias, possuimos o dinheiro, mas esquecemos dos mais importantes e viramos algo sem principios.

Nascemos> modificamos > "progredimos" > regredimos> Humificamos

20 de julho de 2009

VIAGEM!

Viagem não é cada lugar novo que se conhece, mas conhecer novos olhares
A cada dia me vejo uma pessoa, tantas pessoas que nem ao menos meu nome exato. Apenas um nome para identificar milhares de pessoas aglomeradas em um "infinito restrito". Me olho Hugo, mas no outro sei que não sou mais o mesmo espionado, mas sim um dos meus milhares de eu embutidos não em eu, mas em mim. Se um dia me reconhecesse em um simples olhar estaria me ludibriando ou bebado. Entro nessa overdose de lucidez, nessa chapação cultural para me equivocar mais uma vez e ter sucesso mais outras ao mesmo tempo(foda-se).
A cada dia que sento em um bar com meus mesmos amigos, me vejo como se nunca tivesse sentado um dia, cada dia eu conheço um novo olhar que tenho e esse novo olhar que me leva a mais um dia fazer o que parece ser a mesma coisa.
Na mais gostoso do que ver pela milésima vez o chaves e mesmo assim parecer que está vendo pela primeira, as mesmas piadas xulas. A piada é a mesma, mas o que você intende, o que você vê nunca é o mesmo. Um dia irá desligar a Tv ao ver tamanha baboseira, outro dia irá morrer de rir.
Ver, enchergar, entender, sentir, olhar, tatear, degustar e etc. Nunca será a mesma, todos os dias terá um novo paladar, como o que está para ser degustado. A viagem de todo dia se conhecer novas coisas nas mesmas coisas é algo berrante, desbravador, fulminante e etc. Não pense que é coisa de louco, mas quando eliminar alguns de suas maiores barreiras irá saber que coisa maravilhosa é aproveitar de todas essas pessoas que existe dentro de você, tantas Carmem, João, José, Serafim... Verter todas essas maravilhas pela guela que me faz crer que a vida é foda, mas as pessoas não sabem enchergar.
Quando alguém te chamar de duas caras responda: Duas não! Eu tenho mais de um milhão!(com orgulho)...

19 de julho de 2009

Tão perto... Tão Longe!!

A noite de domingo vai caindo. Dia de tempo ensolarado, ressaca básica, e muitas horas de sono. Ainda assim, é como se faltassem muitas. Sem aperto no peito, o que é bom sinal. Não foi uma superbebedeira, mas deu para enlouquecer um pouco. Sempre dá, na verdade. Talvez o efeito ainda seja do show de Axé da Tati Romero. Como essas apresentações ao vivo são poderosas! É impossível parar um minuto sequer de pensar na existência. Não só na sua, mas das milhares que também estão ali por um mesmo interesse. Apatia e empolgação todo o tempo. Um show bipolar para uma platéia borderline. O Axé com pitadas de sertanejo e MPB é assim. Começa na mania e vai até a depressão passando por todos os estágios emocionais. É assim que funciona. Ora vem um sentimento de fracasso, ora vem uma constatação. Depois um alívio, uma nova saída. Esses dias tão tumultuados. Muita energia no ar, boa e má. É um duelo cósmico invisível, mas com consequências. É preciso estar atento e forte todo o tempo, de vigilia. Uma tocaia pode ser fatal. Um passo para trás em falso, e lá há um buraco esperando. Uma espécie de arapuca mesmo. Ninguém perceberia.
Acorde no sábado muito disposto. Feliz mesmo. Talvez pela primeira vez em muitas semanas eu estava me sentindo VIVO. Era para estar na Tribe em SP, depois tudo combinado para Araçatuba ferver. Nada certo. Sera q minha noite seria ruim? Não, nada me derrubaria no melhor dia de estado de espírito. Fui então ao tal show. Perfeito. Cias maravilhosas. Diversão. Calor. E um final eletrizante, com direito a beijos e carinhos. É tão perto e tão longe. Se fosse possível vasculhar a mente de quem está ao lado, talvez uma boa intenção ou expectativa funcionasse. Ou então se frustrasse mais rápido. Só que essas respostas só o tempo vai dizer, é uma questão de investimento. Uma questão de ver para crer.
Chega de Inércias. Chega de Tempestades. Chega de agressividade.Um novo Hugo nasceu. Me disseram q o velho voltou. Mas o velho Hugo amadureceu, cresceu, percebeu coisas que ‘o chamado mundo real não percebe’ - como diz minha ‘amiga’ Maria Alice Vergueiro. Minha conclusão então é que o velho Hugo morreu, um novo nasceu... OBRIGADO a você por ter me dado a chance de VIVER...

17 de julho de 2009

TEMPESTADES

Nos tormanos cúmplices involuntariamente. Basta alguém aparecer e expor uma história inenarrável que nos tornamos escravos de um segredo que ninguém gostaria de guardar. Mas aí é tarde demais. Uma vez soltas no universos, as palavras nos fazem de refém. O tempo é indeterminado. Difícil descobrir quando virá à tona. Mas sempre vem. E quando vem, acontecem terremotos, desmoronamentos. Os fenômenos todos brotam com a histeria da situação. E você, que nada tem a ver com aquilo, está no meio, dentro do liquidificador de merda, sendo dilacerado por lâminas tão absurdas. E depois? Depois só pode vir a claridade, a reconstrução, um novo caminho. É nisso que devemos nos agarrar.
Cazuza uma vez disse, "Amigos vão e vem, mas são poucos aqueles que ficam". Nunca antes esta frase fez tanto sentido na minha vida.... Falar de amor é facil, sentir o amor que é dificil. São nas horas triste, ou quando mais precisa de um amigo, que você se da conta que amigos são realmente poucos, que muitos vão e vem. Nos momentos mais dificeis que passei neste ano de 2009, pude perceber isto claramente. Não esqueço daqueles que estão longe, mas que sempre me confortam, que sempre se preocupam comigo, mas aqueles que estão perto, é para quem dedico este desabafo, amigos como a Flavia, Luana, Carla, Mario Borges, Mariana, Lucas, Maria Angélica, Ananda, Natalia e Juninho.... Amigos do peito, amigos que me ouvem, amigos q me entendem, amigos que me confortam....
Hoje ouvi de uma pessoa que conhecia pouco, uma pessoa que não era nem colega, muito menos amiga, palavras lindas, que me fizeram enxergar um Hugo que sempre existiu, mas que estava apagado, apagado em magoas, apagado em tristesas.... e que vai acordar, ou melhor, esta acordando... Obrigado Laura.....
O AMOR? Saiu e deixou no ar um cheiro peculiar de saudade, desejos e desavenças ENCERRADAS. É incoerente na latência da emoção. Sobrevive!!!

16 de julho de 2009

2009....

Quando 2009 veio a tona, não sabia ao certo o que o ano me reservava. Mudanças, sem dúvida. E daquelas que transformam água em vinho. Eu, por exemplo, sou um dos ingredientes desta louca solução. O primeiro semestre veio com tudo, passei por coisas realmente novas e inovadoras, mas por outro lado, também me trouxe desilusões, amarguras, sofrimentos, e muita má sorte... Dormi no ponto algumas vezes, mas acordei a tempo de modificar, dormi no ponto com algumas pessoas, mas acordei a tempo de perceber quem eram. Dormi no ponto em relação a mim, mas acordei a tempo de me reconhecer novamente.... O primeiro semestre se foi... graças a deus... e graças a mim tb... E a minha certeza, até agora, é uma só: "music is primal and it´s visceral, it´s about coming to life", como já disse Lady Madonna. É com a música que eu vou atravessar o novo semestre. Mais do que nunca. Wish me lucky! As máscaras estão derretendo a olho nu. Tudo o que não presta já começou a desmoronar. O espetáculo é repetitivo, devo dizer. Só resta esperar...

15 de julho de 2009

INÉRCIA...


"Todos acham que eu falo demais.... Que ando bebendo demais.... Que não largo o cigarro... E dirijo o meu carro correndo.... chegando no mesmo lugar..." - Maysa Matarazzo.


Ontem me disseram que esta é minha musica, não um, não dois, mas muitos me disseram que existem pessoas preocupadas com 'este' estilo de vida que estou levando... rir?? chorar?? esta é uma resposta que talvez não poderei dar nem a mim mesmo....

Realmente ando bebendo demais, realmente ando fumando demais, realmente dirijo o meu carro, e ultimamento, chegando sempre no mesmo lugar (casa da flavinha e da Luh.. hehehe) mas que ando falando demais?? isto é piada, isto seria o q me faria rir....

Estou em processo de revolução. Gemidos de insegurança, medo. Medo do desconhecido, medo do que eu ainda não consigo dominar. Desejo, claro. Mas com dificuldade. Disso eu entendo, sei como funciona. E o que faço com o que eu sei? Sofro, fico imóvel, deixo para depois. Pulo a vez, espero uma chamada. Fico no escuro. E a luz não chega, incomoda. Fichas. Todas vão sendo jogadas como dardos na parede. É preciso ter mira, foco, objetivo. Acertar em cheio no meio da angústia, acertar em cheio na cara de pessoas que realmente 'falam demais'. Vencer a fadiga, açoitar a preguiça com tridentes quentes do inferno. Sentir calor e esquecer o frio do inverno que já se faz presente. Funciona?!

Talvez sim, Talvez Não.....

Só vivendo para saber.... e so correndo na mesma direçao (casa da Flavinha e Luana), porque é neste lugar, que sinto amor, que sinto sinceridade, que sinto a VERDADEIRA AMIZADE.....

AMO VOCÊS....


Leve!!!

Em tempos de crise, doenças e devastações ambientais, é tão difícil alcançar um pouco de felicidade. Mas acontece, viu? Emergindo das profundezas dos sentimentos confusos e das preocupações, a vontade de ser feliz ainda fala mais alto, ainda destrói a maldade e a inveja. Com as forças do bem seguimos em frente neste mundo redondo. E eu posso dizer que sou feliz com todos os meus problemas e dificuldades. E afirmar isso num domingo tão frio e cinzento não é para qualquer um. Amanhã a rotina recomeça e sigo pronto com alegria de viver e disposição. Sem lamentos.

14 de julho de 2009

Quando a Bondade é Agressiva...

O abajur ainda aceso e um rasgo de céu invadindo a minha janela. Já tem passarinho cantando, o dia espreguiçando com satisfação. Parece que não vai chover, bom sinal para as emoções. Não são 24 horas de sofrimento. Apenas momentos de felicidade absurda. Deixar que as lágrimas escorram sem vergonha pelo canto da boca. Sentir o sal acelerar as sensações. Nunca tive vergonha de chorar. E chora-se tanto em uma vida. Mais por dor do que alegria. Mais por rancor do que compaixão. E nada melhora. Nem acalma. O sol agora está de volta e expulsa os restos de cinza que ainda pigmentam o azul do céu. É inverno, as folhas também caem, assim como vão sendo varridas junto aos ressentimentos. Há bondade nas esquinas para aqueles que colaboraram nos últimos tempos. Se ajudou, foi digno, generoso e sensível, chegou a sua hora de ser agraciado. Afinal de contas, ja te acertaram alguma vez com uma bondade agressiva?

13 de julho de 2009

A Sustentável Leveza do Ser...


O fim da chuva e das festas do fim de semana me trouxeram um bem-estar inacreditável em plena segunda-feira. Estranhamente (ou seria, naturalmente) tudo encontrou forma (simples). Eu tinha certo receio em começar tudo de novo. Ou melhor, continuar. Agora, a maratona só termina sexta-feira. Mas sei que sobrevivi. Quando conversei com minha melhor amiga Flavia hoje, descobri que havia um rastro de felicidade. Não só a dela, tão plena. Eu, com todas as minhas dúvidas, angústias e preguiças, estava feliz. Fiquei leve. Acho que é o estado de espírito que mais me apetece ultimamente. Já não busco tantos outros sentidos, só não dispenso a leveza. E quando isso acontece involuntariamente é ainda mais interessante, porque significa que eu, com toda a maluquice que carrego, arrumei uma forma, ainda que precária, de organizar os meus sentimentos. De viver de acordo com o que acredito e acho certo. Pronto, e não mais danificado, sigo em frente, falando até em finlandês... hehehe.

12 de julho de 2009

3

Já parou para reparar que tudo o que acontece pela terceira vez é melhor?Digamos que a terceira vez é um divisor de águas. É. Você faz uma coisa boa e é ótimo da primeira vez. A segunda, com a dúvida, é sempre crua. Mas a terceira, ah a terceira, equilibra o resto e faz toda a diferença. A merda é que se não passarmos pela segunda, não chegamos à terceira. Entendeu?

TERRA?!


No meu processo evolutivo-diário tem horas que a loucura me invade. Não sei se é loucura, às vezes, parece-me excesso de lucidez. Por que a minha observação ficou tão aguçada? Como descobri esse caminho? Tudo é analisado involuntariamente. Acontece. Já não consigo evitar. Os meus pensamentos vão se encaixando à medida que compreendo as necessidades alheias. E as minhas? Elas estão dentro deste liquidificador. A terra não me libera. Estou fincado numa raiz tão antiga, tão resistente. Gostaria de poder voar, não muito alto, mas um pouco. Sabe como?